... Até que finalmente vem a luz; ofuscante. Libertando-me da teia e me mostrando a verdade. Brilhante... Segundos iluminados me mostram coisas alternativas. Outras galáxias... Outras dimensões. Mas isso não é suficiente. Não enquanto eu permanecer imóvel. Colhendo apenas restos de um longo e farto plantio.
E então vem o ódio; frio. E nele eu imagino coisas horríveis e, inevitavelmente, eu também faço algumas dessas coisas. E com toda essa frieza e crueldade em meu ser, eu ainda me sinto vazio... Incompleto. E nesse poço de ferrugem, eu fico imperceptível... Avançando por muitas luas sem partir, enquanto os outros se vão... Enquanto tudo e todos se apagam sem nem mostrarem sua luz... Sem nem se mostrarem.
E então vem a loucura; caótica e instável. E nela eu grito com a voz insana, espalhando, assim, um pouco da instabilidade que há em mim. E também infectar a ordem com o caos e destruir os comandos mundiais. Mas, mesmo com isso, eu continuo imperceptível... Continuo no vácuo da película.
E então vem a tristeza; cinzenta. E tudo para por um segundo, me fazendo ver de novo a verdade. E, com os olhos da insanidade, eu percebo a chave do Todo. E com esta chave eu destranco a caixa maldita e mergulho em seus segredos.
E então vem a utopia; hipnotizante. E nela eu percorro até os primórdios dos tempos, desde a criação até a destruição. Mas, mesmo em estado de transe, eu me confundo com tais revelações. E nesses vai e vem de pensamentos eu percebo o vazio... Um vazio que sempre tive.
E então, vem o paradoxo; multiforme. E nele tudo se contradiz e a verdade se confunde na teia. E em meio esse caos sentimental, o vazio me corrompe e a imperceptibilidade me destrói, me deixando assim... Inexistente e imaterial. Percorrendo no todo e coexistindo no nada...
... Até que finalmente vem a luz.
Fim.
Por Luis.